O MEU VENENO
Bebe; sorve todo meu veneno
Embriaga de vez a tua alma
Restitui no teu peito a calma
Mantenha-te assim, sereno
Tecerei, no teu rosto, alegria
Tuas noites serão ensolaradas
Amarei-te por toda madrugada
Sussurrarei, em teu ouvido, poesia
As pedras do teu caminho, retirarei
Erguerei, com elas, a nossa morada
Quebrarei minha imagem santificada
Mulher de carne e osso, a ti serei
Em troca, peço que retire a pena
O fogo ardente quase põe-me louca
Vem com ternura e me beija a boca
Assim minh’alma volta a ser serena
(Lena Ferreira)