Ar divino
Vejo-te envolta de um ar divino,
Desfere-me um olhar petulante,
Flama meu instinto mais ferino...
Sim! Vós me deixais torpe e ebulindo
Numa vontade tão alucinante
Ver teu corpo por inteiro florindo
Sinto tua chama mais feroz
Sou sol que lhe freme e incendeia
Ó soberba deidade e tão atroz!
Provoca tanto quanto me evita,
De dia some, mas a noite galanteia
Com teu formoso corpo que excita
Meu corpo sobreposto sobre o teu
Orvalha de nós o mais perfeito
Perfume do amor! Sim e floresceu
Em nosso jardim a rubra rosa
De um sonho sem fim, cravada ao peito
Pétalas e espinhos da flor – moça!