Retrato

Como faz assim, vestido sonho ao entrar aqui. Da platéia escuto alaridos muitos do que ti escrevi. Como se permitido fosse a eles tentarem a mim, panacéias jogadas num cata-vento sem fim.

Apoiados em quê? Eis que vejo insurgir loucos a ministrar por ti.

Permissivos sem nem uma vergonha, tomam como sua coroa o que singelo escrevi.

Minhas palavras entoam como se tudo terminasse na lúgubre lápide, “...morrerias tu por mim...”

Vou divulgar seu diário, profanar o relicário que erigiram pra ti.

Não contente eu provo pensamentos, segredos apanhados a tona, servidos crus credo, será seu fim!

Não espere definhar em tédio, viva com seu veneno ou morra de amor...

Por expirar seu tempo não transforme em vento o amor que ainda há em mim.

Lima Oliveira
Enviado por Lima Oliveira em 03/11/2009
Código do texto: T1903426
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