Retrato
Como faz assim, vestido sonho ao entrar aqui. Da platéia escuto alaridos muitos do que ti escrevi. Como se permitido fosse a eles tentarem a mim, panacéias jogadas num cata-vento sem fim.
Apoiados em quê? Eis que vejo insurgir loucos a ministrar por ti.
Permissivos sem nem uma vergonha, tomam como sua coroa o que singelo escrevi.
Minhas palavras entoam como se tudo terminasse na lúgubre lápide, “...morrerias tu por mim...”
Vou divulgar seu diário, profanar o relicário que erigiram pra ti.
Não contente eu provo pensamentos, segredos apanhados a tona, servidos crus credo, será seu fim!
Não espere definhar em tédio, viva com seu veneno ou morra de amor...
Por expirar seu tempo não transforme em vento o amor que ainda há em mim.