SE MEU AMOR VOLTASSE AO PASSADO
Eu te amaria novamente se o tempo decidisse regredir;
Iria além do que já fui capaz de ir, confirmaria cada verbo do meu feito;
Aceitaria a mesma dor que me doeu no peito, permitiria tudo repetir;
E te amaria sem nada acrescer ou precisar diminuir, com a mesma causa e igual efeito!
Escreveria os mesmos versos que compus quando me expus ante teu rosto reluzente;
Nada faria diferente do modo como procedi perante a adversidade;
Reeditando a lealdade que ocupou tua incredulidade carente;
O amigo sereno e o amante ardente, com o mesmo ímpeto e intensidade!
Eu beijaria a tua boca com a mesma fome de agora;
E novamente tiraria da cartola as soluções apaixonadas no infortúnio;
Seria teu socorro breve e oportuno quando não restasse mais ninguém lá fora;
E inventaria cada minuto e hora suficientes para te devolver ao prumo!
E se eu voltasse ao passado inferior de alguma forma;
Ordenaria ao que me sobra a compensar o que por lá me faltaria;
Equilibrar-me-ia para chegar à proporção que hoje me transborda;
Porque o tempo na verdade não importa, já que do mesmo modo eu te amaria!