"ESCRAVO CORAÇÃO"



Embriagado, eu não sabia o que fazia,
pois o amor embriaga as pessoas;
e eu estava embriagado de amor...
como um bêbado, pode atinar as coisas?
Embriagado de amor, eu fiz de ti...
minha rainha; embora nada eu tinha
mas quem tem amor, é rei.
Eu só tinha um coração, e um cérebro;
ébrio de paixão; alvejado pela flecha
de um cupido, que depois de atingido...
eu perdi toda a razão, o meu amor próprio
foi transferido pra ti, agora sozinho aqui...
eu recordo esta paixão, ilusão, desilusão, 
ou simplesmente fracasso; que corrompido
este laço, trouxe ao meu ser a razão...
razão tardia, recheada de agonia;
de antes, de ontem, de outrora
ou da poesia merencória, ou do amor...
sem limites, aquele amor, que tem que
haver reciprocidade, amor verdade...
um verdadeiro amor.
Um coração trancafiado na senzala...
na senzala do amor, cujo senhor;
é a paixão, e paixão também é amor.