ESSE OLHAR

Foi no teu olhar que percebi...

Que muitas das vidas que vivi...

Eram pobres mundos onde existi...

Esse olhar que em mim vem bater...

Foi à imensa oportunidade que me fez crescer...

Em pensar nos anos que me fizeram perder...

Oh! Olhar que me incendiou o peito sem ilusões...

De sentimentos libertinhos que me prenderam em grilhões...

Buscando a tal felicidade em enganosos corações...

Olhar que me cativa em torno do anormal...

Que para muitos poetas torna-se natural...

Em visões transcendentais, minha senhora ancestral...

Olhar que me culpa às vezes por não olhar mais...

Olhos sedentos de atenção por coisas banais...

Pontiagudo como o punhal, causa feridas fatais...

Olhar que me alimenta com tanto esplendor...

Que me causa em débil peito certo ardor...

Enchendo meu verdadeiro mundo de luz, ar e cor...

Olhar de esperança que nasce como criança em colo materno...

Ou dominante em brasa tais quais as chamas do inferno...

Revelando a mim a energia de quem é eterno...

Esse olhar que me encantou semelhante feiticeira...

Poder sobre mim há, de certa maneira!

Tornando minha vida, brilhante como a lua faceira...

Olhar que em mim pousou no começo da jornada...

Olhar de quem quer ternura ou atenção redobrada...

Olhar de quem me pede para cada dia ser amada...