Outro tempo, outro olhar.
Minh’alma se debate aflita, em busca de respostas para abstrusas questões.
Transmigra insone, por mundos outros, vasculhando insondáveis imensidões.
Não se cansa; antes vasculha, pelos confins por onde deambula, uma âncora de razões.
Ela sabe - esta Minh’alma inquieta: quem ama confia, não deixa o seu navio perdido em tempestades de emoções.
Quando fustigada pelas dúvidas e seus afiados aguilhões, atirada aos rochedos do desvario,
Minh’alma se recorda de mergulhos únicos, presa na doce magia das águas de teu olhar.
Refaz-se de suas dores, atira ao longe os seus temores e retoma o timão de sua crença.
Tranquiliza-se. Percebe que no mesmo corpo em que habita, também nele vive o cheiro de tua presença.
Tem plena convicção de que o Tempo, este tempo que se conta em horas, é pura abstração – não é para se acreditar.
Existe outro tempo para os amantes, um tempo sem pressa; um tempo de mar - que sabe esperar pela chegada do rio.
Quando sentimos medo daquilo que nos assusta fora de nós, neste mundo de fenômenos, devemos buscar reencontrar nossa coragem dentro de nós mesmos, em nosso mundo interior, único porto seguro para nossas aflições.
Vale do Paraíba, manhã da terceira Quarta-Feira, Março de 2009
João Bosco