Um amor de
raposinha...

Sonora a flauta soava em
minha alma
perpassando todas minhas
sensações,
que num tintilar mozartiano
eu te via

do outro lado da rua ,
cuidando da casa,
e não bem aqui bem perto,
quase junto,
como gostaria muitas vezes
que fosse.

E se tua mãe chamava  do
quintal a pedir
ajuda...você corria ajudá-la
a estender
a roupa que era muita...
de toda família.

Ah...eu olhava sempre você
desta janela
e então eu te via linda,lutando
teus varais,
colorindo meus olhos com
as tuas roupas,

que o vento  balançava
como bandeiras,
num ir e vir agitado de um
calor enorme,
que te fazia transpirar mesmo
sem querer.

Teu rosto então eu daqui via
todo molhado
dessa tua luta diária...que é a
vida  caseira
onde nunca e nunca o trabalho 
  termina.

Ai linda...estende logo todas
essas roupas.
Vem logo...vem...estou aqui
te esperando.
Já liguei o ventilador pensando
em você.

Nem no sábado  consegue
descansar.
Parece uma abelhinha sempre
atarefada,
e quando pára,  finalmente,
não vê a hora

de sair correndo ...no seu
passinho
 miúdo,
gingando sua beleza de mulher
toda linda,
e logo atravessar a rua...
só para vir aqui

trazer seus olhinhos vivos,
bem de raposa,
porque tinha nascido com
dom de esperta,
e todos sabiam que não era
de se enganar.

O portão agora chiava. Era
ela chegando.
Entrava depressa porque
era agitadinha,
e na realidade não queria
se expor demais.

Vizinhos tinham grandes
línguas e afiadas,
e além disso, seu pai não
aprovava isso,
apesar dela ser já dona de
suas vontades.

Mas...e sempre havia um
mas que engolia
um tanto insatisfeita...e
mesmo aborrecida,
pois não respeitavam 
a sua    maneira livre.                                                                                                                  

Hum...meio esbaforida ela 
me abraçava,
e seu calor eu sentia de
imediato porque
ela acabara de sair do solaço
do quintal.

Em seguida seus beijos
vinham molhados
não tanto de desejo...mas
desse calor, uii.
Então tomávamos nosso
banho juntinhos.

O ventilador já esperava no
quarto ao lado.
Hum...ela enroladinha numa
toalha branca
vinha me abraçar todinho,
já no quarto,uiii.

E então...
Ah !!! Ela sabe o resto
da história...
Mas me pediu que contasse
só até aqui.

Sinto muito...rsrsr.

                           

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Autor: Cássio Seagull
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Poesia que fiz em 31-10-09 às 20 h em SP
Lua crescente – sol médio – 25 graus.
Beijos e abraços para você...bom domingo.
cseagull2@hotmail.com
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