Deleite

Na fantasia o infinito buscado,

Eu, único quase que esquecido,

Solto em algum azul,

Flutuando em lagos,

Nos ramos escuros,

Emoldurados pelos duros,

As faces gratificantes da paz.

Sou infinito em lampejos,

Nos devaneios que te fiz,

Enquanto relatava a violência,

Violentando meu silêncio,

Fiz chover azul entre a ausência,

Perto do despertar das indagações.

Fiz-me infinito à sua palavra,

Enquanto tudo me foi calado.

Fiz-me único enciumado,

Fugindo ao encontro do azul,

Da telúrica prece quebrada pelo real.

Ah, fantasia fantástica,

Que dobra minhas noites,

Relata-me na alcova vazia,

Na conversa sem nexo, fria,

Aos portais que me trancam!

Sou silêncio, mas, infinitamente,

Ruidosamente uma busca,

Expectativa de tantas,

Mas, inadvertidamente encoberto,

Oculto pelo marasmo,

Segregado em meu mundo infinito,

Querendo-a sem profanar meu próprio silêncio.