De amor e de guerra...
Num campo minado
pisoteei alva flâmula
e me encontrei trêmulo
ensanguentadas mãos
num desejo servil, nú, desmascarado
e o horizonte aberto.
Meu peito pulsando por Ela...
Campo celeste
de sonhos imprecisos
a ordem, o fardo, o tempo
do corpo adornado por rubras estrelas
constelação oculta
qual os Seus olhares: meu medo!
nos olhares Dela, habito...
Seu timbre lembra o alvo
e Seus olhos, Nanquim derramado,
no campo, me acertam
despem-me do pudor supérfluo
glorificam-me qual anjo barrôco.
E meu todo efêmero segredo, resta Nela...
da baía, os pés regressam em carne
do coração chagado, um canto
de cacos e estilhaços prateados.
Prateada 7,62...
E Ela inda me espera no cais...
do Seu ventre imaculado
meu grito silencioso.
minha continência solene
reverência aos olhos acesos, amendoados.
Sua doce melodia me chama...
Num grito incerto
do campo devastado
extermínio findado
minh'alma jaz...
n'alguns lírios que Ela traz...
O último disparo
num desatino feroz
busco os lábios fugídios
perdição mortal de nós dois.
Mortalmente, Ela me seduz...
Em clarão a noite se esvai
deixando o leito manchado
no mesmo campo minado de sonhos
de pulsares instantâneos
Seu coração aos prantos...
Perdoe-me, Guerreira Sacra
se desvios do olhar me traem
fora do campo, amo-Te em silêncio
amo-Te como o sol ama a lua
e nada mais...
Ela estende-me Seu dôrso e posso dormir em paz!