MEU PECADO

Nenhum sol outra vez brilhará,
Somente concreto, ou o pó
Daquilo que tanto sonhei.
Uma alma perdida no frio da imensidão,
Esperando a cada noite o fogo,
A rosa vermelha, quente,
Para me aquecer a alma, a vida.
Sentindo-me cega com a noite densa,
Quebro esse silêncio,
Salvo-me da solidão de uma vida.
Num flagrante da sede do meu amor,
Acorrentada pela ilusão,
Mudo na culpa, no abandono,
A dádiva de viver...
Dos meus olhos, deslizam lágrimas,
Manchas da dor...
Nos meus lábios, enfim, descansam os segredos,
No último refúgio da escuridão,
Dos pecados de um amor.

Adriana Leal




Texto revisado por Marcia Mattoso