OUTRA VEZ A BELA E A FERA

Ela é o broto primaveril e ele já percebe os sintomas do declive;

Todos os dias o que ela sonha revive, enquanto ele luta contra pesadelos;

Um coração de anelos puros e verdadeiros e uma alma em crise;

Difícil crer que nele ela se realize, difícil imaginar que esteja nela seus desejos!

Ela é precocidade sedutora, o que não muda o princípio da jornada;

Ele carrega uma bagagem pesada por uma estrada bem maior;

Ela só não quer estar só, ele já não crê em conto de fada;

Ela é manhã e ele é madrugada, um improvável nó!

E fez a ironia do acaso o que costuma ser roteiro de novela;

E por razões que o destino não revela, com base nos caprichos da paixão;

Moça bonita amou sem moderação o oposto dela;

E agora são prisioneiros da mesma cela – a Bela e a Fera – numa nova versão!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 30/10/2009
Código do texto: T1895614
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