Pétala...
Com a simplicidade de quem encanta
Fiquei a perguntar: Para onde me levas?
Surgistes com a doçura do teu canto
E a luz se deu onde só havia trevas
Afastando de vez todo o meu pranto
Como desfolhando um botão de rosa
Imagino a textura delicada da tua pele
Anseio por tocar-te em verso e prosa
Nada que vem de ti meu ser repele...
Tuas curvas, os teus braços, tuas pernas
Numa sinfonia eu perpasso as tuas células
Vou compondo o que sai da minha pena
E sonho acariciá-la como fosse uma pétala
Minha perfumada e dócil Maria Madalena
Anseio com volúpia a vir febril tocá-la
Com meus dedos gulosos e apressados
Penetro então os labirintos da tua alma
Em toques sutis, suaves, viris e delicados
Fico a sentir o perfume que me acalma
Degustando dos teus lábios em chamas...
Que me queima e me chama para a cama
Enquanto os teus olhos brilham e inflamam
Num olhar sedoso de quem a mim reclama
Para aquiescer aos desígnios dos que amam
Pedes silente que te tome em meus braços
E que desfrutemos de toda a insensatez
Para perpetuar nosso amor em abraços
Agora sei de onde vem toda essa maciês
De duas vidas que querem atar seus laços...
Firmes pelos atos e fatos que a vida uniu.
Hildebrando Menezes