CACE-ME

Encontra-se aberta a temporada de caça ao meu coração;

Quem se propõe capturar com determinação a solidão de um poeta?

E convertê-la em festa com todos os requintes de dedicação?

Quem sem nenhuma restrição sua paixão me empresta?

Eu quero achar um ninho que se adeque aos meus ares;

Quero um corpo que me sirva de pomares, quero um querer que me exclusivize;

Quero uma abnegação que me realize, uma devoção do tamanho dos mares;

Curvas que me sirvam de lares, onde meu beijo atrevido ali deslize!

Que meus braços sejam seu mais impetuoso e pecaminoso ideal;

Que não me ter seja seu maior mal, me possuir lhe seja o céu;

Cujos cabelos sejam sedoso véu, cujos beijos sejam brisa austral;

Um amor libidinoso e fatal, com sintonia igual aos versos de um cordel!

Estou completamente disponível pra quem me queira além de tudo;

Cujo desejo seja absurdo, que se permita aos delírios que eu quiser;

Que enfrente corajosa o que vier, que seja meu dardo e meu escudo;

Cujo medo seja cego e surdo...mas quem será essa mulher?

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/10/2009
Reeditado em 30/10/2009
Código do texto: T1893884
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.