INSIGNIFICÂNCIA
Ela me olha e não me vê, está presente quando nem me sente;
Nos encontramos de um modo recorrente, porém não sou achado;
Sua atenção me tem atravessado sem perceber meu coração latente;
Nos deparamos constantemente e eu lhe rastreio sem nunca ser notado!
Ela percebe a singeleza das nuvens que viajam pelo céu;
E admira a neblina em véu, que abre as portas da manhã;
Ela enamora o aroma da maçã, degusta demoradamente o sabor do mel;
Porém não me concede o laurel que é vê-la atentar pro meu afã!
Eu só queria o mais simplório dos lugares de seu mundo;
E nem que fosse num minúsculo segundo olhar o seu olhar parado em mim;
Se nota tudo enfim, como consegue ignorar o amar com o qual comungo?
Pra ela estou num submundo e não me notaria mesmo se anunciado por clarim!