INSIGNIFICÂNCIA

Ela me olha e não me vê, está presente quando nem me sente;

Nos encontramos de um modo recorrente, porém não sou achado;

Sua atenção me tem atravessado sem perceber meu coração latente;

Nos deparamos constantemente e eu lhe rastreio sem nunca ser notado!

Ela percebe a singeleza das nuvens que viajam pelo céu;

E admira a neblina em véu, que abre as portas da manhã;

Ela enamora o aroma da maçã, degusta demoradamente o sabor do mel;

Porém não me concede o laurel que é vê-la atentar pro meu afã!

Eu só queria o mais simplório dos lugares de seu mundo;

E nem que fosse num minúsculo segundo olhar o seu olhar parado em mim;

Se nota tudo enfim, como consegue ignorar o amar com o qual comungo?

Pra ela estou num submundo e não me notaria mesmo se anunciado por clarim!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/10/2009
Reeditado em 29/10/2009
Código do texto: T1893639
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.