Esperança
Preocupar-se por que, se tens a vida toda para viver?
Nas ruas os homens andam apressados
Muitas vezes sem saber onde vão chegar,
Fugindo da solidão, buscando um querer, um amar.
Inundadas estão às cidades, as calçadas
Já não dão mais para caminhar, nas pistas atropelam-se
Trucidam-se os homens, pouco se valoriza a vida,
Criança de esperança perdida, não sabem o que é amar.
Os edifícios já não falam por seus arquitetos
Suas fechadas estão alteradas como os humanos,
Que se vêem com olhar soslaio, desconfiando-se
Da própria sombra com jeito de paspalho.
Vêem apenas sua dor, seguem sem olhar
Para trás, do outro o sofrimento não interessa,
Muito grande é a pressa, o relógio diferença faz,
Abomina-se o amor e aos poucos a esperança se desfaz.