Viagem...

Eu não quis ou não quero;

Tenho a alma envenenada.

Curtida nos tonéis do pecado,

Da idéia ao erro alienada,

Prefiro ser transitório,

Aromatizar o ar,

Forjando, esculpindo contos,

Enquanto escrevo em imagens,

Retocadas, bem delineadas,

Para não crer.

Só que a verdade me esbofeteia,

Arranco tropeços em suas sílabas,

Caio frustrado em cada letra.

Ah, barco azul navegante das mentiras,

Jogue sua rede ao mar,

Face do pescado,

Enquanto engulo o pecado,

Nosso alimento de fé,

Fé na grandeza divina

Na natureza bem criada,

Na verdade de ser gente,

Gente que não estende a mão

Que sorri pelo fato de ser manhã.

Gente que se vira, olha para trás!

Deus é verdade

Mas, quero habitar nas mentiras,

Procriar nas omissões,

Para continuar a ser o que sou,

Apenas uma página a mais,

Só uma dentre as tantas deste lixo.