Olhos...

Olhos

Olhos assim qual nuvens,

Densos,

Perdidos no tempo adverso.

Olhos meio que pretensos

Vazios,

Atirados vagantes no universo.

Olhos entregues ao léu das lembranças

Alheios.

Ausentes de febre ardente.

Olhos ressequidos, desbotados anseios,

Opacos

Léguas vão do presente.

Olhos sem tradução.

Destoantes.

Encerrados no interrogar.

Indagadores, vacilantes.

Das dores

Da premente solidão.

Olhos,

Esquivos, insones.

Desaguando afluentes

Olhos de rios que agonizam

Transparecem aridez...

Olhos sem cor, que dissipam.

Controversos, renitentes.

Olhos órfãos de amor.

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 28/10/2009
Código do texto: T1891680
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