Sorri

Sorri tão frio, sombrio

enquanto se finda minha fé

instante, instantes quaisquer.

Sorri seco, me acostumo

sorri ao marmóreo som do vento

Sorri, que minh'alma inda chora em lamento.

Cala, mas sorri contínuo

És clarão que me ilumina.

Quando eu choro, rí

teu sorriso é sol entre a neblina.

Sorri, teu olhar doce grita

vibrante harpa entre quimeras

sorri, enquanto entrego-te minha vida

a chaga rubra, minha espera...

Cínico, surges qual estrela

e teu arfar rútilo me aquece

sorri do gôzo âmago da perda

sorri, que sorrindo me enlouqueces...

Sorri quebrantado em vão prazer

posso sentir, único, teu corpo inteiro

teu peito aberto, teu singelo segredo

Sorri quando te olho, amena

a face disfarça teu anseio.

Dou graças, sorri jorrando desejo

sorri para segurar teus ardentes beijos!

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 28/10/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1891170
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