Tela pintada de palavras
Nas linhas dos versos
Nos conjuntos das estrofes
Lá está um todo de uma parte
Não corte o baralho apenas dê as cartas.
Lucidez da alma condigna
Poeta fragmentado por sentimentos
Crueldade divina
Faz acontecer e faz sofrer para no fim
Sentir medo e não amor.
Na beira do ribeirão
O poeta se inspira à luz do luar
Senta-se e começa a pintar
Com a caneta às mãos e o papel em tela de aquarela.
Vaga solidão o amedronta
Sonhos de caminhos estranhos o induzem
Não sabe nem mais por onde anda
Só sabe que não são os pés que o conduzem
E sim o coração clamando pela amada.
Sente a leveza das penas quando o tocam
E vê pássaros ao céu, que o cerca, o protege
E se perdendo por entre próprias palavras
Levanta-se, põe o violão às costas
E volta para casa sem nem ao menos o retrato de palavras terminar.