Ah, dileta!
Ah dileta!
A distância entre nós
É como a vida dos ventos:
Não acaba nunca.
E esses mesmos ventos –
Incólumes à miasma do tempo –
Trazem as cinzas de um fogo
Que nunca apagou;
Um fogo que vem de outrora
(Longe e indeterminado).
Cada distância de ti, dileta,
É terra sem trigo;
É peito sem abrigo;
É água de rio sem foz;
É como o cilindro ineficaz
Que jorra a saudade,
Incessante.