Vagos e vazios instantes

Vagos e tão vazios tempos de tudo

onde a solidão é o mundo

e o meu coração, grande saudade.

Fiz nada, fiz quase tudo.

Áridos desertos tidos em ti,

que a servidão é mesmo esse teu lago ressequido

sem perdão e sem abrigos,

que secos, nem mais choram os teus olhos.

Morta e ressuscitada, tua palavra arde

e fria é incomum qual paresia

que infiltra a carne morna de dor.

Vagos e tão vazios e agora só instantes,

isso que me queima aos montes

em tudo o que ferindo me maltrata.