VINDE A MIM
VINDE A MIM
Vinde a mim, meu homem, meu céu, meu deus,
farta-te em meu corpo, no suor do meu amor,
faça-me obra perfeita nos carinhos teus,
deixa-me embriagar no cálice do meu senhor...
Vinde a mim que te chamo, te reclamo,
que te espero, que te quero, porque amo
venha ser a minha fonte, me saciar,
esgota também em mim, a tua sede de amar...
Vinde a mim amor, por favor, e não tarde,
meu corpo pede mais calor, ainda que tudo nele arde,
chega e sirva-te a vontade, se revele,
e calmamente, vá me incendiando toda a pele...
Vinde a mim, agora que o teu desejo é o meu,
acalma este teu coração, fatigado da espera
e não mais chame de miserável o que não mais é teu,
entrega-me inteiro o teu ser que o meu sem ti é quimera...
E quando os nossos corpos se calarem depois,
compreenderás que somos um, não somos dois,
tens a minha carne, o meu sangue, a minha alma,
eu sou tua, meu amor, toda tua, te acalma!
Célia Jardim