Calada, a Musa responde...
Não há como fugir, quando teias tantas,
De ouro puro, em trabalho original,
De grandes ourives como não mais há igual,
Fabricam peças únicas, em belas filigranas,
Cujos arabescos a mim e a ti fazem entrelaçados
E unem meus sonhos a teus sonhos no horizonte,
Sempre inatingível...
A vida latente parece dormir
Mas apenas tenta não se fatigar inutilmente
Pela certeza da procura do impossível...
As palhetas dos pintores mais exímios
Assumem nossas mãos e coração,
E sua arte de beleza colorida
Guia nossas mãos,
E assim pintamos afrescos coloridos
Da mais bela perfeição
No claustro que nos encerra a vida
Para amenizar e alegrar a solidão sentida
Que é para sempre
E é sem solução...
Não há como fugir... Estamos entrelaçados
Por fios de ouro invisíveis aos olhares vãos...
Não importa o que não venha a acontecer...
Há distância... mas não há separação...