Intraduzível
Ver-te, sentada em posição de lótus, acompanhar tuas pantomimas, enquanto falas, é como apreciar a graça de uma borboleta em vôo; vejo-te solta como uma gazela a galopar, despreocupada, nas savanas.
Fico, como serpente, embevecido pelo flautar de tua voz a me hipnotizar, entrando pelos meus ouvidos e enchendo o meu corpo de dopamina.
Como é bom te ver assim: corpo de mulher, expressão de menina. Tento eclipsar com meu indignado olhar esse inoportuno lençol, que protege, indecente, a tua lúdica nudez. Avaro, esconde a tua pele, reagindo à brisa levemente fria, ficando iridescente.
Fecho meus olhos para melhor te ver dentro de mim e, caso não me lembre do que disseste, dado meu torpor, seguirei o mapa de teus gestos – caminho muito mais certo.
Aquele céu todo estrelado, pairando sobre nossas cabeças, deu-me vontade de viajar prá Shangri-Lah, e lá, escutar de um coro de Dakhnis o que mais gosto de ouvir e falar – Ya ti lubliú, Ich liebe dich, I Love you, Je t’aime, nestas e em mais quantas línguas existirem – Eu Te Amo!
Os olhos, como espelhos da alma, expressam de forma insofismável tudo o que ocorre dentro de nós, no mais recôndito de nosso Ser. Os teus, como mar de águas claras, permitem-me navegar as mais abissais profundezas.
Vale do Paraíba, manhã de Quarta-Feira, segunda semana de Janeiro de 2009
João Bosco