Viagem
Eu andava triste
com os meus tropeços previsíveis,
revivendo verdades que nada me dizem.
Com os pés no deserto
e a cabeça tão perto do mais longe possível.
Mas não parava de andar,
com a esperança entre os dentes,
antevendo minha redenção
como um brilho de fogo aceso,
como água que penetra no chão.
Eu sozinho e sem medo...
Mentiras, manias, segredos...
E a tristeza que era tão companheira
sobrevoava infernos coração a dentro.
Eu não era um passageiro
de uma viagem sempre em circulos.
Eu sozinho, sem amigos...
O amor, as dores, os vícios...
E a tristeza que não era passageira
agora viaja sempre comigo.