Sem margem
Sem margem
Minh´alma é este rio transbordante
Caudal de emoções e sentimentos.
E a água quer voar e, como o ar,
Dar piruetas loucas com o vento.
E, sob a hera do contentamento,
Plantaste este temor de contestar.
E, mesmo contra toda a evidência
Negar com veemência que te amar
Não é sinal de subserviência
Negando que, a mudar, há algo em mim.
Hermético, insisto em ter ciência
Em ter, a paciência, infindo fim.
No curso deste rio, largo e fundo
As pedras, submersas, logo inundam
Correndo em espiral, igual o mundo
Os meus amores correm...
Correm, mas não mudam.
(Djalma Silveira)