Metade Ilícita

A amante vive o amor socialista

É cúmplice do profano

Guardiã das vésperas e despedidas

Ouve promessas

Raro cumpridas

Feitas como cortejos

Para saciar desejos

- e o extremo é condição dessa utópica promissão –

Vive de meias medidas

E aguarda com paciência

O dia de sua redenção

Ver-se assumida

Nesta relação

Conhecida como “a outra”

É mais uma vítima da paixão

Sem garantias, sem alforrias, dias santos, dia-a-dia

É a metade ilícita de uma relação