O MEU DESTINO É TE AMAR

Flagrantes de estultícias se evadem dos meus poros;

E uma implosão dentro dos olhos lança estilhaços por meu corpo;

Rios me proíbem do teu gosto, mas eu entendo teus carinhos como portos;

Pois quem já navegou por leitos mortos, agora é Ícaro exposto!

Sem pretensões de aprofundar na plenitude desse ar;

Nem conseguindo desatar da mais impetuosa profusão;

Eu sou a paz da confusão, eu sou o dia do luar;

E é muito fácil num mergulho te encontrar, cá no meu coração!

Que segue as trilhas das pétalas deixadas por teu cheiro;

Sôfrego e ligeiro, um seqüestrado ávido e impotente;

Agricultor de uma semente que fecunda o tempo inteiro;

E que já elegeu seu paradeiro: teu beijo doce e quente!

Qual cobertor dará guarida ao infinito?

Como há de ser contido o que suplanta o céu e o mar?

Como fugir, como negar, se o meu olhar parece um grito?

Não há como desfigurar algo tão bonito, não há como viver sem te amar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/10/2009
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T1882619
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