O cavaleiro e a borboleta

Tu não me vês,

Oh, pródigo amor, infundado,

Inflamado, que queima m’or que todo meu ser?

Que pousaste na aura sagrada, imaculada

Dos meus laços de menina.

Pois, não menina,

Sou mulher que não enxergas

Sou pranto quando nunca escutas

Sou a brisa que arde em teu dorso ornado, marcado de estrelas.

Revôlta estou em nuvens de poeira, ou pecado,

Contando segundos para o clamor de teus olhos nos meus,

Do meu sonho de percorrer o corpo teu,

Das minhas ilusões desgraçadas pela tua indiferença.

Pois, não menina,

Sou tua serva, oculta, perdida em teu alvo sorriso

Oh, Eros despido, revestido de luz,

Cálice do meu temor,

Punhal que rasgou-me os freios do pudor.

Ouça meu clamor bélico...

Anseio em cantar-te versos tôlos,

Na esperança que me encontre tua.

És um erro...

E por ele mutável estou em fugazes devaneios,

Imperfeitos segredos,

Quebrantados pelo torpor do meu descompassado peito.

Quando minhas lágrimas brandas alcançam tuas mãos,

Não destros são também meus pensamentos...

Pois ouso querer-te mais que posso conter,

E se não me contenho, morro

Da dor de não poder ter você!

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 23/10/2009
Reeditado em 20/02/2010
Código do texto: T1882352
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