O cavaleiro e a borboleta
Tu não me vês,
Oh, pródigo amor, infundado,
Inflamado, que queima m’or que todo meu ser?
Que pousaste na aura sagrada, imaculada
Dos meus laços de menina.
Pois, não menina,
Sou mulher que não enxergas
Sou pranto quando nunca escutas
Sou a brisa que arde em teu dorso ornado, marcado de estrelas.
Revôlta estou em nuvens de poeira, ou pecado,
Contando segundos para o clamor de teus olhos nos meus,
Do meu sonho de percorrer o corpo teu,
Das minhas ilusões desgraçadas pela tua indiferença.
Pois, não menina,
Sou tua serva, oculta, perdida em teu alvo sorriso
Oh, Eros despido, revestido de luz,
Cálice do meu temor,
Punhal que rasgou-me os freios do pudor.
Ouça meu clamor bélico...
Anseio em cantar-te versos tôlos,
Na esperança que me encontre tua.
És um erro...
E por ele mutável estou em fugazes devaneios,
Imperfeitos segredos,
Quebrantados pelo torpor do meu descompassado peito.
Quando minhas lágrimas brandas alcançam tuas mãos,
Não destros são também meus pensamentos...
Pois ouso querer-te mais que posso conter,
E se não me contenho, morro
Da dor de não poder ter você!