Queria te sentir chegando...

Queria te sentir chegando como uma brisa,
e então você chegou mesmo, mas não sozinha,
porque você trazia os teus pensamentos todos

pois  você havia nascido no tempero da razão,
essa que faz hoje parte de você... desde quando,
você ainda brincava com tuas lindas bonecas,

e fazia elas dormirem...e depois  se esquecia
de ir acordá-las para tomar a mini mamadeira.
Ah...você hum...eu ainda te vejo bonequinha,

só que tuas bonecas são hoje um mundo novo,
em que você precisa estar despertando a todos
porque eles muitas vezes até se esquecem que

você foi feita de carinhos e muito amor para dar,
e que poucos podem ainda perceber tudo isso,
porque te juram amar como se fosse uma deusa,

e te colocam num pedestal erigido só a deidades,
fazendo você muitas vezes não saber o que fazer,
buscando tirar de cima de tuas carnes o virginal,

para que todos te percebam como simples mulher
que realiza na vida de todos os dias a tua rotina,
e que ora sorri, ora se amargura, ora sofre muito,

e que é feita de um frenesi pela vida aventureira,
porque se pudesse nunca estaria apenas  aqui,
mas estaria, lá,acolá, e em tantos outros lugares.

Pois ainda acredita que o estar em movimento
é muito melhor que o  repouso estudado na física,
porque teu sangue, das origens todas, é cigano.

Ah...agora você vem e diz que se sente gostoso
quando conversa comigo...e gosta das  palavras
que vai lendo porque elas te irradiam uma aura,

que faz você flutuar...como palavras das nuvens,
e te levam ao desejo de se sentir a bem amada,
como se você pudesse alcançar a paixão latente,

que não pode te abandonar porque é tua parte,
essa que não pode se desfazer só por querer,
porque é mais forte do que a tua vontade contida.

Então marco meu encontro nas tuas entrelinhas,
e você me conta de tuas vontades e teus desejos,
envolvendo-me num novelo que logo me prende,

pois você tem dentro de você sem sequer notar,
essa força de atração própria de um brilho novo,
que se percebe assim que te mostras de uma vez.

Está bem...dessa vez te disse algo...e você sumiu,
e nunca fico sabendo mesmo porque você some
nesses repentinos momentos de um calor maior.

E fico todo no ar...sem saber o que aconteceu,
porque para te amar tenho de entender mistérios,
como esses de você volatizar e sumir do mapa.

Mas eu sei que logo você volta com teu sorriso,
e como se fosse um convite para uma festa,
eu de novo converso contigo, e você me alegra,

até que de repente você sai correndo de novo,
porque você não quer me ouvir e só me calar,
e tapar a minha boca dos desejos que me traz,

mas que sempre, sutilmente, me deixa entrever
que minhas vontades habitam sempre amanhãs,
pois nestes hojes...aquis  e agoras... é fugitiva.

Abro a janela e há  uma faixa pendendo do poste.
Alguém não se sabe bem quem...nela escreveu :
Só o amor constrói...

Fecho de novo a janela...e reflito:
o amor pode ser destrutivo também,
quando se  perde o senso das medidas.

E o que sobra?
Hum... só sofrimento isso sim...


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Poesia que fiz em 23-10-09 às 18 h em SP
Lua nova – sol regular – 24 graus.
Beijos e abraços para você...Boa sexta... [love]
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