O MENININHO...
Ele me olhava. Eu sorri. Ele não.
Eram olhos cheios de tristeza
Carregando a dor de o mundo em sua mão,
E parecia não saber o que é beleza...
Eu cheguei perto; ele tremia o pobrezinho,
Tinha fome, tinha frio. Estava roxinho,
Pés no chão. Parecia uma avezinha
Caída do ninho, só, esmirradinho.
- Vem cá! Não tenhas medo! Vem aqui! –
Então a mão ele estendeu como mendigo
Assustado... (- Quem era aquele ali?...)
Fui até ele, com pão e com carinho,
Pegou o pão, saiu. Teria fugido?...
Não o vi mais. Onde andará aquele pequeninho? ...
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Nota da Autora:
Dedicado a todos os meninos de rua que vivem em um país riquíssimo, para alguns, que se locupletam pela facilidade da corrupção e a certeza da impunidade, enquanto outros nascem mortos-vivos pela miséria e fome de carinho e de pão, em que são jogados.
- Tem piedade de nós, ó Deus!...