Luas e Cores
Julgo-me cúmplice
Do meu próprio versículo,
Aquele que busca nos calabouços d’alma,
A gota que falta em minha face,
A palavra que delineia meu pranto pequeno,
Minha quadratura em Vênus,
Meus moinhos de vento!
Fenômeno que murmura em teus cabelos,
Esvoaçam as vestes em transparência,
Transformando a sombra num Habram,
E a escultura da fêmea,
No mais pecaminoso dos pecados!
Em cada passo teu,
Um renascer intenso, ligando geografias,
Absorvendo luas e cores,
Ruas e codinomes,
Num frenesi quase fim!
Pelo caminho,
O peito desnudo, a matiz violeta,
Encenando o amor em suas mais belas fragrâncias,
O segredo sendo desvendado,
O êxtase sem julgamento!
Auber Fioravante Júnior
21/10/2009
Porto Alegre - RS