COMO NASCE UMA POESIA

Andando em Ipanema, percebi do outro lado da rua, uma mulher cami-

nhando na calçada,de uma maneira tão diferente que chamou a minha atenção.Atravessei a rua e fiquei bem próximo dela para melhor obser-

var seus movimentos.

Vi naquela pessoa uma fonte inesgotável de indagações, mas não me

competia fazê-las. Percebi que seus passos traduziam a convicçao de

levá-la à felicidade que ela já comemorava.

A cabeça erguida e o olhar fixo no horizonte, não tomava conhecimen-

to do que acontecia ao seu redor. ENTÃO EU ESCREVI:

A LEVEZA

Ela não era bonita nem estava trajando com realce.

De longe comecei a vê-la e continuei olhando sem disfarce.

Não queria perder aquela imagem faceira com o rosto risonho

Andando com uma leveza que parecia estar no auge de um sonho.

Ela não caminhava. Seus movimentos eram de quem flutuava

E seu porte esbelto não era indiferente a quem passava.

Não tirava o olhar do infinito,como se falasse ao seu namorado

Pedindo a repetição das juras que não fazia muito havia escutado

A vida por si só, oferece estas pinturas ao colecionador.

Basta usar a sensibilidade que a todos foi dada pelo Criador,

Para iniciar a infindável colheita da produção Divina.

Aquela criatura me deu o molde da felicidade festejada

Estou a procura de uma paixão em que possa ser imitada

Na sua leveza, na sua doçura e no seu porte de herona.

CRPOETA

Cléo Ramos
Enviado por Cléo Ramos em 21/10/2009
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T1878949