COMO NASCE UMA POESIA
Andando em Ipanema, percebi do outro lado da rua, uma mulher cami-
nhando na calçada,de uma maneira tão diferente que chamou a minha atenção.Atravessei a rua e fiquei bem próximo dela para melhor obser-
var seus movimentos.
Vi naquela pessoa uma fonte inesgotável de indagações, mas não me
competia fazê-las. Percebi que seus passos traduziam a convicçao de
levá-la à felicidade que ela já comemorava.
A cabeça erguida e o olhar fixo no horizonte, não tomava conhecimen-
to do que acontecia ao seu redor. ENTÃO EU ESCREVI:
A LEVEZA
Ela não era bonita nem estava trajando com realce.
De longe comecei a vê-la e continuei olhando sem disfarce.
Não queria perder aquela imagem faceira com o rosto risonho
Andando com uma leveza que parecia estar no auge de um sonho.
Ela não caminhava. Seus movimentos eram de quem flutuava
E seu porte esbelto não era indiferente a quem passava.
Não tirava o olhar do infinito,como se falasse ao seu namorado
Pedindo a repetição das juras que não fazia muito havia escutado
A vida por si só, oferece estas pinturas ao colecionador.
Basta usar a sensibilidade que a todos foi dada pelo Criador,
Para iniciar a infindável colheita da produção Divina.
Aquela criatura me deu o molde da felicidade festejada
Estou a procura de uma paixão em que possa ser imitada
Na sua leveza, na sua doçura e no seu porte de herona.
CRPOETA