Overdose
Tu vieste de mansinho...
foste chegando,
e tomando proporção...
Começou como uma brisa
que virou vento, e de vento em borrasca,
e de borrasca em tufão!
Abalou-me toda a estrutura
e quase me joga ao chão
num turbilhão de emoções de um momento louco,
roubado,
nem bem pensado...
mas intensamente desejado!
E sentido! Intensamente vivido
com a força de todos os vícios!
Vicio que te atira ao abismo
mas que te sustenta.
E te destrói, conquanto te alimenta!
E te deixa marcas... e te faz carente...
E eu te quero mais... e mais... e mais!
Sinto no meu sangue a tua falta
ardente!
me queimando o peito, te querendo mais...
E mais... e mais... e mais!
Que vontade de gritar e te jogar pra dentro
do meu próprio grito...
E te morder com raiva!
E te reter – aflito – até que te dissolva
no meu sangue louco
que ferve por tua falta,
por outra dose de ti!
Ainda te sinto circulando no organismo,
esquentando-me o rosto, gelando-me as mãos,
secando-me a boca...
imprimindo ao meu peito uma corrida louca,
dopando-me as emoções,
transformando-me num trapo de tensões!...
E eu te quero mais... e mais... e mais!
E mais preciso de ti.
E porquanto me vais queimando,
Vou sempre atrás
Te buscando...
e te querendo mais... e mais... e mais!