Canto da solidão...

Estranhas luzes fazem-se ausentes

Enquanto minh’alma se encolhe neste labirinto

Formado de esperas e interrogações...

Sofrimentos vários criam sons pungentes

Enquanto a mente sofre alucinações...

Infernos invadem meus sentimentos ternos

E eu me sinto Agar na sua solidão...

Vejo sol escaldante e areia fina

Que me chicoteia forte o coração...

Apego-me a que, sem esperanças?

O que procuro eu nestas andanças

Que me trazem gelado o coração?...

Sou escrava do Destino?

- Não, o Destino não é o meu senhor!

Eu tenho livre-arbítrio, por que persisto

Na angústia louca e doente desta dor?

- Sacorre-me, ó Céus! Afasta a letargia

Que tomou conta mim, de mágoa e amargor!

Quero viver! Quero ouvir cantigas

Que me façam esquecer histórias mais antigas

E que só me trouxeram tristezas desse amor...

Mas aonde irei? Eu só conheço um rumo...

Ó Deus, levanta-me, coloca-me no prumo,

Não deixa que eu curve os ombros meus!...

Reparte comigo o peso desta ausência

Antes que de mim se aposse a demência

E eu me perca ante os filhos Teus...

Tira-me da noite eterna em que me encontro:

Ou traz-me a Paz deste reencontro

Ou mata-me este amor ou a mim, ó Deus!...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 21/10/2009
Código do texto: T1878592
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