Canto da solidão...
Estranhas luzes fazem-se ausentes
Enquanto minh’alma se encolhe neste labirinto
Formado de esperas e interrogações...
Sofrimentos vários criam sons pungentes
Enquanto a mente sofre alucinações...
Infernos invadem meus sentimentos ternos
E eu me sinto Agar na sua solidão...
Vejo sol escaldante e areia fina
Que me chicoteia forte o coração...
Apego-me a que, sem esperanças?
O que procuro eu nestas andanças
Que me trazem gelado o coração?...
Sou escrava do Destino?
- Não, o Destino não é o meu senhor!
Eu tenho livre-arbítrio, por que persisto
Na angústia louca e doente desta dor?
- Sacorre-me, ó Céus! Afasta a letargia
Que tomou conta mim, de mágoa e amargor!
Quero viver! Quero ouvir cantigas
Que me façam esquecer histórias mais antigas
E que só me trouxeram tristezas desse amor...
Mas aonde irei? Eu só conheço um rumo...
Ó Deus, levanta-me, coloca-me no prumo,
Não deixa que eu curve os ombros meus!...
Reparte comigo o peso desta ausência
Antes que de mim se aposse a demência
E eu me perca ante os filhos Teus...
Tira-me da noite eterna em que me encontro:
Ou traz-me a Paz deste reencontro
Ou mata-me este amor ou a mim, ó Deus!...