Ainda haverá tempo…?
Para deixarmos a escuridão
E mergulharmos
Nos braços um do outro
De uma afectiva
E não titubeante
Paixão?
À qual
Me entrego
Com invulgar devoção
Ajoelhando-me
Às portas do teu templo
Pedindo para entrar
Para comungar da tua fé
De uma mesma religião
Deixando
Aquilo que te tentei vender
A mais
Lá fora
Onde me falta o espaço
Onde me falta o ar
Na corrida demente
De te encontrar
Preferindo a tua casa
Que francamente
E apesar de querer que tal seja
Se é o tal templo
Ou um sanatório
Ou muito menos
Um purgatório
Onde irei encontrar a redenção dos meus pecados
Onde irei finalmente enlouquecer
Onde irei espiar os meus defeitos
Cometidos
Quando não te conseguia ver
E por isso venho
Despido de nada
Vestido de tudo
Tudo aquilo
Que penso esperares de mim
Vestido de um Amor
Que não quero
Que tenho um começo
Ou um fim
Porque o fim dele
O seu destino
És esquecer todas as mágoas
Que ambos causámos
Será
Por fim
Ficar Contigo…
Ou
Ainda haverá tempo…?