SENTIMENTAL
De tanto amar em vão
Sofreu o pobre espírito
Arruinou a moral
Despencou o psíquico
Enlouqueceu a razão.
Desvairado caiu em outros braços
Sufocou as mágoas
Bebeu todas as lágrimas
Como forma de comiseração
Para sorver ainda mais o sofrimento
E não deixar na face molhada,
Das lágrimas derramadas, vários traços.
Sofreu como cão abandonado
Percorreu os descaminhos da vida
Morreu inúmeras vezes
Nas lutas sem razão
Por um não correspondido amor
Ébrio na essência maior de amar
Sustentou seu vício incurável
Amar sem ser amado.
Ainda hoje, nas frias madrugadas.
Percorre na sua mente
Recolhendo algumas lembranças
E pode-se ouvir um canto triste:
“Sentimental eu sou
Eu sou demais
Eu sei que sou assim
Porque assim ela me faz
As músicas que eu
Vivo a cantar
Tem o sabor igual
Por isso é que se diz
Como ele é sentimental” (*)
(*) Sentimental Demais.
Jair Amorim e Evaldo Gouveia.
Altemar Dutra.