NÃO SEI PARAR DE TE AMAR

Diferençar um grande amor duma paixão já foi apenas mito;

Mas hoje eu me limito a proclamar o fim desse relativismo;

Tal como o céu está distante do abismo, ou como a brevidade se difere do infinito;

É tão oposto quanto o feio do bonito, antagonismo mais real que a sequidão do paraíso!

O doutorado em questão quem fez foi o meu peregrino coração;

Que achou a prova da contradição quando correu em direção à própria fuga;

Em vão quis expirar o ar que lhe suga, achou metade de sua fascinação;

E agora ele requer a expropriação da face alagada que não enxuga!

Até pediu apoio não velado a todos os poderes da razão;

Gritou audível som de universal propagação, clamou pelo socorro do adeus;

Mas foram vãos os atos seus perante o alastramento da paixão;

Preso a correntes de obsessão, pediu libertação que o destino não lhe deu!

Será que peço muito ou sou menor que essa sorte que eu almejo?

É porventura esse desejo até maior do que o céu quando se une ao mar?

Vem me escutar, porque por mais que eu olhe tudo é só você que eu vejo;

Ensina outra rota e outro cortejo, me ajuda a conseguir não te amar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 20/10/2009
Código do texto: T1877548
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