NÃO SEI PARAR DE TE AMAR
Diferençar um grande amor duma paixão já foi apenas mito;
Mas hoje eu me limito a proclamar o fim desse relativismo;
Tal como o céu está distante do abismo, ou como a brevidade se difere do infinito;
É tão oposto quanto o feio do bonito, antagonismo mais real que a sequidão do paraíso!
O doutorado em questão quem fez foi o meu peregrino coração;
Que achou a prova da contradição quando correu em direção à própria fuga;
Em vão quis expirar o ar que lhe suga, achou metade de sua fascinação;
E agora ele requer a expropriação da face alagada que não enxuga!
Até pediu apoio não velado a todos os poderes da razão;
Gritou audível som de universal propagação, clamou pelo socorro do adeus;
Mas foram vãos os atos seus perante o alastramento da paixão;
Preso a correntes de obsessão, pediu libertação que o destino não lhe deu!
Será que peço muito ou sou menor que essa sorte que eu almejo?
É porventura esse desejo até maior do que o céu quando se une ao mar?
Vem me escutar, porque por mais que eu olhe tudo é só você que eu vejo;
Ensina outra rota e outro cortejo, me ajuda a conseguir não te amar!