Jogo de Gato e Rato
Teu perfume é exótico, tua pele pêssega, sedosa, diferente de tudo que já senti.
Teu jeito infantil, de menina trêfega, atabalhoado, mimada e inconsistente,
Atazanando a vida da gente, mudando de humor de repente
Não se sabe se é noite ou se é dia; se estás chorando ou se ris.
Se é verdadeiro ou se é falso, o drama que apresentas, quase sempre fora de hora,
Clamando por atenção, com ar de bebê chorão, a dizer enviezadamente, um riso nos lábios formando:
-“Ao invés de brigar comigo, deveria estar me amando, fazendo carinho em mim; vem que estou te esperando!”
Uma repentina urgência, brota de onde não sei, ocupa o lugar da ausência, mandando os medos embora.
Tanta mudança me assusta, manter-me nesse barco furado me custa noites de sono perdidas, gato escaldado em telhado a miar;
Andar zumbizante, aluado, olhar incrédulo, espantado, com coisas inesperadas - coisas que nunca quis, nunca vivi.
Agrides minha introspecção, com despropositada proposição - é um desconcertante Vazio, pensar a vida sem ti.
Este jogo de gato e rato não sai prá ninguém barato, tem tempo prá terminar; quando penso que vai findar – outro já vai começando.
As idiossincrasias de uma mulher formam um leque intrincado de atitudes quase que inescrutáveis para nós homens, indefesos reféns de um jogo do qual pouco entendemos. Resta-nos então apenas uma saída: confessar que, no jogo da sedução, as mandantes são elas, as mulheres.
Vale do Paraíba, tarde/noite do primeiro Sábado de Setembro de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)