AMOR QUE NEM PARECE SER
Quando te digo não, estou sonhando com a tua afirmativa;
Se minha ação não é infinitiva é que almejo soletrar-te em particípio;
Se não me vês em teu princípio é que te espero na saída;
Por mais que não te vejas em minha vida tu a manténs por teu feitiço!
Se não percebes tua face nos meus versos é que ignoras vultos estridentes;
Onde as provas nem são evidentes, mas se apresentam sem escândalos;
Pois meus pudores em ti são vândalos e vão me enriquecer de tuas sementes;
Só aparentemente teus aromas são ausentes, porque te cheiro mora no vigor dos sândalos!
Quando te alcançam os ouvidos outras palavras de amor que não as minhas;
São frágeis gaivotas sozinhas, querendo o verão sem a cumplicidade do vento;
Alucinógenos de momento, criando a sensação que achaste o que não tinhas;
São apagáveis estrelinhas perante o universo controverso do meu sentimento!