Fragmentos de infância
Quando eu era pequenina,
sabia do centro, do tudo que queria,
abria os olhos, tudo enxergava, tudo entendia,
crescia o pescoço, esticava o corpo
querendo alcançar o céu que novos sonhos me trazia.
Eram muitas as perguntas, as respostas eu fazia,
o céu era ali, contavam apenas alguns passos,
as sombras do meu quarto diziam de esperança,
os velhos fantasmas de sardas e pijamas
contavam-me histórias que ficaram na infância.
Quando eu era pequenina sonhava em ser gente grande,
cantar grande, amar grande, sorrir grande,
mudaria a fantasia, nova história escreveria
pontuando meu conto com a esperança do novo dia
onde em sol, manhã clara eu seria.
Nos sonhos da criança o grande plano se estendeu,
dos laços das coloridas fitas, uma bandeira nasceu,
as sombras do meu quarto se foram com os fantasmas
que deixaram por lembrança as histórias inacabadas
dos sonhos de infância da criança que cresceu.
19/05/2006