EU NÃO ENTENDO O MEU AMOR
Ele tem todos os motivos para nem te pretender;
Já teve tempo de amadurecer a ponto de optar pelo aborto de si próprio;
Bem sabe que se nutre de ópio, está cansado de jogar e só perder;
Mas nem assim pretende ou prevê reescrever seu atual histórico!
Ele consegue ler a exclusão estampada no olhar que tanto ama;
Mas o que lhe arranca é o mesmo que lhe soma enquanto é subtraído;
Sempre relembra quem já o tem por esquecido e acredita quando o sonho lhe engana;
O paraíso para quem declama é nada mais do que a procura insana pelo elo perdido!
Jurou a sensatez que lhe premiaria pela nobre demoção;
E o heroísmo aceitaria a rendição como prova inenarrável de coragem;
Porém a sua carruagem não arrefece no declive da paixão;
E com a anuência do parceiro coração, prossegue a vã viagem!
O meu amor milita a causa justa dos guerreiros desarmados;
Seus campos tão minados há muito que mutilam seu minúsculo poder;
Insiste em viver, persiste a pretender o prêmio máximo dos apaixonados;
Ainda oferta seus carinhos rejeitados pelos que ele adoraria merecer!