Esperança Contrita

Quando o rouxinol canta

Com o orvalho da manhã sereno,

O amanhecer torna-se ameno

E tardias esperanças despontam.

A luz do dia é singular,

As trevas da noite uma incógnita,

Para o homem soturno nada importa,

Senão a vontade e o desejo de amar.

Na natureza há as alegorias

Que o homem devaneia a cada instante,

Mas as esperanças temperam seu semblante,

Mesmo que sejam velhas e tardias.

O Sol do dia purifica e mata

A Lua esconde secretos desejos,

O homem vive à cata dos lampejos

Que a fotografia do mundo retrata.

A vida prossegue sem atritos

Dos que esperam algo acontecer...

O homem que perambula é o mesmo ser

Que aguarda paciente e contrito.

A sede de amar é a vergonha sincera,

Os ingredientes vivificam o amor...

O homem que soube suportar sua dor

Tem na esperança o prêmio justo pelo espera.

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 19/10/2009
Código do texto: T1874895
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.