São palavras, Meu Amor, não passam de palavras…

Únicas

Em grande número

Mas com o cuidado

De nenhuma

Ser desperdiçada

São palavras, Meu Amor, não passam de palavras…

Sou eu quem peço

Sou eu

Quem digo

Em inúmeras linhas

Espelho fiel

De uma

Ou mais vidas

Que te quero

Comigo

Sou eu que choro

Sou eu que aprendi a rir

Quando em vez de chegares

Te sinto a partir

Nos labirintos

Da minha memória

Onde vives em permanência

Mas demasiado evanescente

Para que possa

Delinear

Uma história

Com principio

Meio

E quero evitar um fim

Apesar das tuas ausências

Pedirem

Um ponto final

Mas afinal

Eu sempre

Tive uma narrativa aberta

Tal como a porta

Por onde te foste embora

Que nunca deixarei

De todo fechada

Para tudo ser ainda possível

Pois apesar

De todos os “poréns”

Em indubitavelmente

A minha amada

Com quem sonho

Nas grandes

Madrugadas

Jubilosas

Da criação

São palavras, Meu Amor, não passam de palavras…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 19/10/2009
Código do texto: T1874643
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