Há um Amor…
Que pede para ser contado
No dia com luz
Que depois de uma noite sem nada
Te encontrei
Finalmente
A meu lado
E esse amor
É como uma espécie de religião
Que necessita de fé
De alguma compaixão
Mas sobretudo
De imensa devoção
Pois se a tua alma
É como um sacrário
O teu corpo
O corolário
De uma busca
Entre o sagrado
E a blasfémia
De uma noite
E mais uma
E outra
Em busca da fugaz companhia
Que nos vapores do álcool
E no fumo de um cigarro
Parecem serem Tu
E era nessas alturas
Que o mundo
Andava ao contrário
Acordando eu
Sem saber
Quem era bem eu
Quem estava comigo
E nem sequer
Me recordar o seu nome
Recordar apenas a dor
De um algo
Que me tornou em pecador
Pois em busca de um ideal
Tornei-me banal
E banalizei
Tudo em meu redor
Num cenário onde te ameaçavas tornar
Em apenas numa recordação
Vaga memória
Algo
Perfeitamente arbitrário
Até
Que por fim
No Dia dos Dias
Encontrar
Os caminhos de devoção
Os caminhos
Que me poderão levar a Ti
Através
Dos interstícios
De um belo sonho
Que se esvaneceu
Mas que de todo
Não (Te) esqueci…
Há um Amor…