Há um Amor…

Que pede para ser contado

No dia com luz

Que depois de uma noite sem nada

Te encontrei

Finalmente

A meu lado

E esse amor

É como uma espécie de religião

Que necessita de fé

De alguma compaixão

Mas sobretudo

De imensa devoção

Pois se a tua alma

É como um sacrário

O teu corpo

O corolário

De uma busca

Entre o sagrado

E a blasfémia

De uma noite

E mais uma

E outra

Em busca da fugaz companhia

Que nos vapores do álcool

E no fumo de um cigarro

Parecem serem Tu

E era nessas alturas

Que o mundo

Andava ao contrário

Acordando eu

Sem saber

Quem era bem eu

Quem estava comigo

E nem sequer

Me recordar o seu nome

Recordar apenas a dor

De um algo

Que me tornou em pecador

Pois em busca de um ideal

Tornei-me banal

E banalizei

Tudo em meu redor

Num cenário onde te ameaçavas tornar

Em apenas numa recordação

Vaga memória

Algo

Perfeitamente arbitrário

Até

Que por fim

No Dia dos Dias

Encontrar

Os caminhos de devoção

Os caminhos

Que me poderão levar a Ti

Através

Dos interstícios

De um belo sonho

Que se esvaneceu

Mas que de todo

Não (Te) esqueci…

Há um Amor…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/10/2009
Código do texto: T1873371
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.