O sono de meu amor
Há tanta coisa no mundo, pra se viver e sonhar, deixar a mente bem solta prá meu amor encontrar
Em meio às flores do campo, vestida prá namorar, uma grinalda de orvalho os seus cabelos enfeitando, garças a lhe acompanhar.
A lua cheia me avisa: é noite estou a sonhar, o meu amor a dormir guardada pelas estrelas, bebo do seu respirar,
Deixo que seu cheiro intrigante impregne meu olfato lascivo. Ai como é torturante, ver meu amor tão distante, sem que eu lhe possa tocar.
Convoco os deuses no Olimpo, pro meu amor proteger; se meu amor me faltar, é como ficar sem ar - será difícil viver.
O sol perderá o brilho, meu trem sairá dos trilhos, se fico sem meu amor nessa Terra tão tormentosa.
Não vejo a vida sem ela, será um infeliz fim de novela; a partida de meu amor é espinho cravado na rosa.
Bem sei que é um pesadelo, pensar assim tão soturno; consola-me o vento noturno: amor assim tão profundo a morte não pode vencer.
Sempre falam que a Terra é um planeta projetado para que as almas expiem as suas culpas. Costumo discordar desse tipo de colocação, pois percebo que os deuses imortais invejam a condição única, só permitida aos humanos: o poder saborear as delícias proporcionadas por um beijo pleno de amor – um beijo com gosto de beijo.
Vale do Paraíba, noite da terceira Quarta-Feira de Julho de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)