LEMBRANÇAS


Densos tapetes de sonhos esquecidos...
Sons retumbantes, zumbindo nos ouvidos.
Esvoaçante alegria que desenha no olhar
a derradeira bruma do ato de amar.
Cortina espessa de véus encobertos
que marca o corpo, mancha a pele
na impertinente melodia da saudade.
Imagens gravadas a fogo na retina,
inesperada paixão que desatina
e sem indulto à solidão confina...
Em dor imputa-me esta sina,
memória ativa, lembranças absortas...
Fantasias bailando ao ar
quais folhas soltas,
desprendidas da alma que amargou
no ciclo impiedoso do tempo,
que a contento se esquivou ligeiro
e em seus passos arrastou,
um amor que de eterno
bipartiu-se, e assim desfeito,
de luzes a despojou.


03/08/2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 17/10/2009
Código do texto: T1871061