A GUERRA POR AMOR

Um dia ainda vou ludibriar esse destino traiçoeiro;

Provar a fraude do discurso verdadeiro, dizer que a saciedade é famélica;

Que não há nada mais histérica e nem colérica que a face do pesadelo;

Onde a metade é maior que o inteiro de uma moralidade estética!

Há de chegar a ocasião em que o mascarado será o desmascarador;

Provar-se-á que a cura é a própria dor, que a justiça coabita com a crueldade;

Demonstrarei que a mordaça faz alarde, que o silêncio é denunciador;

E ao paralúnio que a noite apagou direi que é legítima a clandestinidade!

Porque os muros da fronteira não vão conter pra sempre essa fissão;

E o teto vai precipitar o lampião, restando enfim a luz do teu olhar;

Eu vou guerrear, ferir e até sangrar no coração;

Vou enfrentar as hordas da oposição, se for preciso pra te conquistar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 16/10/2009
Código do texto: T1869376
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