Crepúsculo

De aqui da sacada vislumbro

Sob o crepúsculo deste entardecer

Ela que se vai sem remorso

Deixando comigo a dor

Em busca de me esquecer

Cabelos ao vento se vão

Sem ao menos olhar para trás

Já não a reconheço

Não sei se é mesmo ela quem vai

Ainda sinto seu gosto

Seu sangue em minha boca está

Sofro a metamorfose em mim

Não sei se sou vítima dela

Ou se ela minha vítima será

Pele alva e delicada

Jamais voltarei a tocar

Com ela findou-se o crepúsculo

A noite já vem me abraçar

Um adeus, ao menos, desejei

Para que pudesse sair da sacada

Entrar, e fechar as portas então

Sabendo que não mais a terei

Sigo...

Vou cicatrizar meu coração

Marcos Sodré
Enviado por Marcos Sodré em 15/10/2009
Reeditado em 16/02/2014
Código do texto: T1868070
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