Crepúsculo
De aqui da sacada vislumbro
Sob o crepúsculo deste entardecer
Ela que se vai sem remorso
Deixando comigo a dor
Em busca de me esquecer
Cabelos ao vento se vão
Sem ao menos olhar para trás
Já não a reconheço
Não sei se é mesmo ela quem vai
Ainda sinto seu gosto
Seu sangue em minha boca está
Sofro a metamorfose em mim
Não sei se sou vítima dela
Ou se ela minha vítima será
Pele alva e delicada
Jamais voltarei a tocar
Com ela findou-se o crepúsculo
A noite já vem me abraçar
Um adeus, ao menos, desejei
Para que pudesse sair da sacada
Entrar, e fechar as portas então
Sabendo que não mais a terei
Sigo...
Vou cicatrizar meu coração